WhatsApp Image 2021 05 26 at 11.37.52A comunidade acadêmica da Faculdade Vicentina celebra a publicação de mais uma obra envolvendo o corpo docente e o corpo discente da instituição. Desta vez, trata-se de uma coletânea de poesias, intitulada Ser Humano: Antologia Poética.

O livro é organizado pelo professor Dr. Edimar Brígido e por Jordhan Gularte, egresso do curso de Filosofia e agora aluno da pós-graduação em Ética e Direitos Humanos. E a publicação ficou a cargo de Pedro & João Editores.

No texto de apresentação da obra, Edimar e Jordhan falam da humanidade como busca, processo de conquista. “Humano, que em latim pode remeter ao conceito de húmus, é um convite para transcender à mera existência factual e se tornar ‘terra fértil’, receptora, geradora. Ser humano é ser terra fértil, produtiva, capaz de gerar vida e fazer esta mesma vida florescer e produzir frutos”.

“Poeta chovendo tem sempre um oceano para escorrer de si”, revela o escritor Inocêncio Norte Velho, responsável pelo prefácio da antologia. Em síntese, ele faz um convite aos olhos do leitor, para que possam ir além das formas e regras gramaticais. 

Lançamento

O lançamento do livro foi realizado na noite do dia 29 de maio, com transmissão ao vivo pelo canal da FAVI no Youtube. Confira:

>>> Para adquirir o livro, entre em contato pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

A seguir, confira também o relato dos organizadores sobre o nome do livro e o que ele representa. 

Ser humano: a poesia encontra-se no interstício entre o real e o imaginário 

O ser humano, hoje esse ser que sabe muitas coisas, não sabe o que é o mundo assim que desembarca nele. Espantado com tudo o que vê, imagina milhares de coisas, situações e relações. É um ser aberto ao aí, ao novo para si, à sua nova morada, mesmo que breve. Quem se é, onde se está, para onde se vai são perguntas que, apesar de silenciosas, transbordam em seu olhar. O perambular da criança é a atitude introspectiva de ir atrás de si, mesmo nesta terra de ninguém. Além disso, não sabendo onde se está, ela cria o próprio espaço, mesmo que, para alguns, imaginário.

O adulto, provavelmente enfeitiçado pelas estórias que seus antepassados criaram, não “perde tempo” e logo trata de retirar a criança do mundo das nuvens; do mundo imaginário. “Você não pode fazer isso”, diz a mãe. “Isso é muito caro, saia de perto!”, fala o pai. “Não ande sem camiseta!”, aponta a vizinha. “Cuidado com a chuva!”; “Fique quieto!”; “Não seja criança!”. Enfim... a conclusão muitas vezes é trágica: “que droga de realidade”, suspira a criança. Nascer, crescer, estudar, trabalhar, endividar-se, aposentar e, talvez o menos desprezível, morrer. É isso o real? É só isso o real? A criança, por fim, relembra de Adélia, sua amiga imaginária, bem como de Pessoa, seu carro voador. É impossível esquecer de Cecília, sua parceira de viagem, a qual lhe prometera que morariam na estrela mais linda dentre todas... Sem perceber, criamos adultos que deixaram de sonhar. Adultos que deixaram de imaginar. Muito se perde quando renunciamos aos sonhos de criança.

Ainda que as coisas sejam assim, o despertar do adulto para uma vida infantil pode ser ocasionado pela poesia. Poetizar é transcender o real rumo ao imaginário. Poetizar é viver o mesmo mundo inúmeras vezes de diversas maneiras, sob muitas e diferentes óticas, é nunca deixar de ser criança, espantando-se diariamente com o que se vê e com o que se imagina. 

Nas acertadas palavras de Wittgenstein: “O mundo do homem feliz é diferente do mundo do homem infeliz.” É simples assim, basta ver.

É por isso que a coletânea Ser Humano: Antologia Poética, que agora apresentamos ao público, é mais uma tentativa – que deve ser diária – de desprender o olhar da realidade, direcionando-o ao irreal, ao campo das múltiplas possibilidades, no qual o mundo pode ser bem mais divertido e profundo.

Contando com a generosa participação de poetas e poetisas que experimentam a poesia como uma atitude de vida, esperamos que a obra possa fazer despertar boas lembranças em quem a ler. Afinal, a poesia é uma forma de despertar!

Edimar Brígido
Jordhan Gularte
Os Organizadores